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Inteligência Artificial e a Democracia | com Fernando Filgueiras & Rafael Sampaio | 237

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A inteligência artificial se tornou um dos temas – senão o tema – mais discutidos da atualidade. Tornou-se objeto de debate o seu emprego na pesquisa científica, na produção artística, na publicidade, na segurança e, claro, na política. Um dos aspectos mais debatidos da interação entre a IA e a política é o uso dessa ferramenta nas campanhas eleitorais, muitas vezes de forma desleal, fabricando imagens e sons que possam ser usados para iludir os eleitores e prejudicar os adversários. Mas esse não é o único elemento relevante do uso da IA na política. A formulação de políticas públicas, a vigilância do Estado sobre os cidadãos, as relações de poder entre as Big Techs, as pessoas comuns e os governos, tudo isso constitui problemas de natureza política. Como regular essa nova tecnologia, cada vez mais avançada e capaz de produzir efeitos ainda desconhecidos em seu alcance e consequências? Como evitar que a inteligência artificial seja usada para distorcer a competição política e afetar re

O autoritarismo chavista antes de Maduro

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Na atual discussão sobre o caráter autoritário do regime venezuelano sob Nicolás Maduro, surgiu a discussão sobre o quanto o atual presidente estaria rompendo com a política iniciada por seu antecessor e mentor, Hugo Chávez. Minha avaliação é que não há ruptura, mas continuidade e aprofundamento. Para deixar claro esse ponto, recupero aqui meia-dúzia de colunas sobre Chávez e o chavismo que escrevi para o Valor Econômico quando Chávez ainda estava vivo e no governo. Como não consigo mais acessar esses textos pelo site do Valor, recuperei os manuscritos e os publico agora aqui, neste blog, da forma como foram originalmente escritos, apenas corrigindo pequenos erros de redação que notei agora, mas que me haviam escapado à época. A protoditadura de Chávez - 1 Coluna publicada no Valor Econômico em 05/07/2007 As últimas declarações do presidente venezuelano, Hugo Chávez, sobre a eventual adesão de seu país ao Mercosul tornam mais evidente o caráter do regime que vem paulatinamente sendo co

Autoritarismo e eleições na Venezuela | com Paulo Velasco | 236

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No domingo, dia 28 de julho, a Venezuela realizou sua eleição presidencial. O embate principal se deu entre o presidente do regime chavista, Nicolás Maduro, e o candidato oposicionista, Edmundo Pérez Urrutia, que concorreu pela Mesa da Unidade Democrática (MUD). Pérez Urrutia foi apenas a terceira opção oposicionista para a disputa, já que a principal líder da contestação ao chavismo, María Corina Machado, foi impedida de competir por ardis judiciais fabricados pelo judiciário subserviente ao governo, assim como sua primeira substituta, Corina Ioris, foi impedida de se inscrever no certame por supostas falhas no sistema. Diversas pesquisas apontavam, por margens distintas, vantagem significativa para a candidatura da oposição. Contudo, após o pleito, antes mesmo de divulgar as atas de votação (correspondentes a nossos boletins de urna), o Conselho Nacional Eleitoral – também controlado pelo chavismo – anunciou a vitória de Maduro. É difícil dizer que tal decisão causou perplexidade, já