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As eleições municipais ganham tração por todo o Brasil. Após o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, o cenário eleitoral começa a sofrer alterações em diversas cidades, como mostram as pesquisas.   Esse fenômeno indica que não é correta a ideia, algo disseminada, de que atualmente só as redes sociais importam, tornando irrelevante a propaganda nos meios tradicionais. Ainda que, de fato, as redes tenham ganho muito peso e modificado a dinâmica da disputa, a propaganda oficial ainda faz diferença.   Em que medida se pode falar numa disputa municipal nacionalizada? Isso seria mais verdadeiro em alguns municípios do que em outros? Como as diferenças territoriais internas às cidades afetam a dinâmica do jogo eleitoral? Quais os principais temas nestas disputas? Para discutir tais questões   este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois cientistas políticos, ambos pesquisadores de pós-doutorado no CEPESP, o Centro de Política e Economia do Setor Público da FGV em São Paulo.

Populismo e democracia no México | com Adrián Gurza Lavalle | 230

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Pela primeira vez em sua história o México elegeu uma mulher para a Presidência do país, a cientista laureada com o prêmio Nobel, Cláudia Sheinbaum, do Movimento Regeneração Nacional (Morena), partido do presidente Andrés Manuel López Obrador, em aliança com o Partido Verde Ecologista de México e o Partido do Trabalho (PT). Sheinbaum venceu a disputa com 60% dos votos, mais do que o dobro da segunda colocada, Bertha Xóchitl Gálvez Ruiz, postulante da coligação entre o direitista Partido de Ação Nacional (PAN), o tradicional Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o país por sete décadas como agremiação paraestatal, e o Partido da Revolução Democrática (PRD), antiga dissidência à esquerda do PRI, que definha após ter sido abandonado por López Obrador, que saiu para criar o Morena. Num distante terceiro lugar ficou o centro-esquerdista Jorge Álvarez Máynez, que disputou pelo Movimento Cidadão. Contudo, a coligação do Morena não amealhou apenas a Presidência, mas tamb

Bolsonaristas e mileístas: quanto se parecem? | com Pablo Ortellado | 206

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Frequentemente o novo presidente Argentino, Javier Milei, é referido como o "Bolsonaro Argentino". Será que é mesmo? Ao mesmo tempo é possível apontar semelhanças profundas e diferenças significativas entre ambos os líderes de extrema-direita.   Tanto um como outro tenham, ao longo de suas campanhas eleitorais, adotaram bandeiras mais características de sua contraparte do que deles próprios. Tendo tal mudança ocorrido durante as campanhas eleitorais, a lógica de tais ajustes no discurso tem a ver, certamente, com o que perceberam como demandas de seus potenciais eleitores e apoiadores.   E que demandas são essas? O quanto, afinal, bolsonaristas e mileístas se parecem? Para responder a tais perguntas , este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebeu o pesquisador e professor da Escola de Ciências Artes e Humanidades da USP (EACH USP), Pablo Ortellado . Ortellado, que também é colunista do jornal O Globo , coordena uma pesquisa que, por meio de enquetes em atos políticos,

Que se passa na Argentina? | com Dolores Rocca Rivarola | 204

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Em meio a uma brutal crise econômica, com inflação de cerca de 150% ao ano, desaceleração econômica, desemprego e aumento da pobreza, a Argentina elegeu seu novo presidente, o extremista de direita, Javier Milei. Sua candidatura se apresentou como uma grande negação à classe política profissional, chamada por ele de "casta" e com a promessa de uma radical liberalização econômica, privatizando tudo o que for possível, eliminando subsídios e extinguindo auxílios estatais. Segundo Milei, a justiça social é uma aberração e é preciso acabar com os diversos órgãos responsáveis por essa área no governo, como as pastas da saúde e da educação. Além disso, o anarcocapitalista (como ele próprio se definiu) defende a dolarização da economia, embora a Argentina simplesmente não disponha de dólares sequer para suas necessidades mais comezinhas. Como um extremista desse naipe, que ainda se caracteriza por uma personalidade excêntrica (conversando com cachorros mortos e dizendo ser professor

Extrema-Direita avança na Argentina | com Vicente Palermo | 190

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Em 13 de agosto a Argentina realizou suas eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO). Embora ninguém se eleja nessa disputa, as chapas definem quem serão seus candidatos. Ademais, mede-se o pulso das preferências populares. A grande surpresa foi o bom desempenho de Javier Milei, candidato de ultradireita pela frente "La Libertad Avanza" (30%). Ele superou a direita mais tradicional, representada pela chapa "Juntos por El Cámbio" (28,3%), que sagrou como candidata Patricia Bullrich. Em terceiro lugar ficaram os peronistas da "Unión por la Pátria" (27,3%), encabeçada pelo ministro da economia, Sergio Massa.   O mais votado apresenta propostas radicais, como extinguir diversos ministérios, abolir o Banco Central, dolarizar a economia e revogar o artigo da Constituição que consagra direitos fundamentais.   As bizarrices de Javier Milei, contudo, não param por aí. O candidato, que se autodefine como anarcocapitalista, defende a v