A extrema-direita e os trabalhadores, com Rosana Pinheiro Machado | #100
O que explica que estratos sociais que prosperaram durante governos de esquerda apoiem políticos de extrema-direita, com Jair Bolsonaro, Rodrigo Duterte ou Narendra Modi? No Brasil, em especial, grande contingente de pessoas emergiu das assim chamadas classes D e E para a C, elevando seu padrão de consumo e de qualidade de vida, mas renegou o PT, apoiando Bolsonaro em 2018. Muitos desses brasileiros, trabalhadores (muitos deles informais) emergentes durante os anos petistas, seguiram fiéis a Bolsonaro durante seu governo, apesar dos diversos problemas enfrentados. Fenômeno similar é notado noutros países do Sul Global, como Filipinas e Índia. Aí, o populismo de ultradireita ganha força não só pelas razões negativas normalmente identificadas no Norte Global (ressentimento, nostalgia, raiva), mas também por uma identificação positiva com a agenda desses lideres. Para tentar compreender esse fenômeno este #ForadaPolíticaNãoháSalvação #100 convidou Rosana Pinheiro Machado, antropóloga e pr