Autoritarismo e eleições na Venezuela | com Paulo Velasco | 236

No domingo, dia 28 de julho, a Venezuela realizou sua eleição presidencial. O embate principal se deu entre o presidente do regime chavista, Nicolás Maduro, e o candidato oposicionista, Edmundo Pérez Urrutia, que concorreu pela Mesa da Unidade Democrática (MUD).



Pérez Urrutia foi apenas a terceira opção oposicionista para a disputa, já que a principal líder da contestação ao chavismo, María Corina Machado, foi impedida de competir por ardis judiciais fabricados pelo judiciário subserviente ao governo, assim como sua primeira substituta, Corina Ioris, foi impedida de se inscrever no certame por supostas falhas no sistema.



Diversas pesquisas apontavam, por margens distintas, vantagem significativa para a candidatura da oposição. Contudo, após o pleito, antes mesmo de divulgar as atas de votação (correspondentes a nossos boletins de urna), o Conselho Nacional Eleitoral – também controlado pelo chavismo – anunciou a vitória de Maduro.


É difícil dizer que tal decisão causou perplexidade, já tais artimanhas são comuns ao chavismo desde seus primórdios. Contudo, diante da grande atenção da comunidade internacional para a disputa, bem como a presença no país de importantes órgãos de monitoramento eleitoral, como o Centro Carter, havia um fio de esperança de que desta vez o regime respeitasse o devido processo eleitoral. Como de hábito, tal respeito não existiu e o governo autoritário deu seguimento à política do fato consumado.


Rapidamente críticas se fizeram ouvir, inclusive vindas de governos de esquerda, como no Chile de Gabriel Boric e na Espanha de Pedro Sánchez.


Brasil, Colômbia e México, também governados por presidentes de esquerda, demonstraram cautela, anunciando ser necessária a divulgação das atas antes de qualquer pronunciamento. Noticiou-se que os três países emitiriam nota conjunta sobre a eleição.


Contudo, no Brasil, o PT, partido do presidente Lula, rapidamente chancelou o resultado, afirmando ter havido "uma jornada pacífica, democrática e soberana", apesar de todos os constrangimentos impostos pelo regime à oposição e do apressado anúncio do resultado.


Ato contínuo, Lula, que vinha mostrando cautela, afirmou estar "convencido que é um processo normal, tranquilo" e que "não tem nada de grave, nada de assustador", reiterando sua habitual postura de coonestar o autoritarismo chavista.


O que explica o processo em curso na Venezuela? Quais as origens desse estado de coisas? O que se pode esperar agora? Como entender a postura condescendente da esquerda brasileira com o autoritarismo chavista?


Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político Paulo Velasco, professor do Departamento de Relações Internacionais e pesquisador do Laboratório de Estudos de Regionalismo e Política Externa (LeRPE) da UERJ, e coautor do livro "A Venezuela e o chavismo em perspectiva: análises e depoimentos", publicado pela editora Appris.




As músicas deste episódio são "Headlands" e "The Center Isn't Holding", ambas do National Sweetheart.






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